Saturday, July 28, 2007

O resto do mês

1. Grutas e abrigos

Foram revisitadas novas grutas (e abrigos), onde as prospecções espeleológicas tinham já permitido detectar vestígios arqueológicos, embora, em todos os casos, pouco explícitos.
Destaca-se a Lapa da Cova, aberta na falésia quase a pique, junto ao Calhau da Cova (a Leste de Sesimbra), onde foram recolhidas cerâmicas de roda e manuais (entre as quais uma asa bífida, provavelmente de pithos, revelando uma ocupação de época orientalizante).
Outro sítio visitado foi a chamada Lapa da Cagadinha, um pequeno abrigo, de acesso muito difícil, nas proximidades do farol do Cabo Espichel; neste caso, tinham sido detectados alguns artefactos de sílex (recolha de Rui Francisco, da LPN).
Fez-se também uma incursão a um abrigo localizado a Oeste da Chã dos Navegantes, nos limites da transitabilidade pela arriba, com um acesso particularmente emocionante. O abrigo, até agora sem vestígios arqueológicos conhecidos, foi baptizado de Cara do Cabo; foram recolhidos alguns fragmentos de cerâmica que parecem apontar para a Idade do Ferro.
Finalmente, visitou-se, de barco, a Lapa do Mosquito, com restos osteológicos humanos.

A paisagem onde se localiza a Lapa da Cova

O acesso à Lapa da Cova

O Francisco Rasteiro fotografando a natureza

Junto à entrada da Lapa da Cova

Gruta inundada pelo mar, na base da arriba do Espichel

Fotografando à beira do abismo

Os espeleólogos na Lapa da Cagadinha

Fotografando à beira do abismo

No abrigo da Cara do Cabo

A extraordinária paisagem no acesso à Cara do Cabo (o arco da Pombeira)
O regresso, na vertical, a partir da Chã dos Navegantes

A expedição à Lapa do Mosquito

O patrão

A equipa

Passagem pela entrada da fabulosa Gruta do Frade

A entrada da Lapa do Mosquito

2. O Calhariz
Na Quinta do Calhariz, voltámos a fazer algumas incursões, de que resultou nomeadamente uma melhor caracterização do sítio romano do Vale da Palha - certamente uma área de habitat: casal ou villa.
Para além desse aspecto, merece destaque a identificação de um sítio de habitat, eventualmente Mesolítico, com um bom conjunto de artefactos e restos de talhe de sílex (incluindo lamelas) e um povoado do Neolítico antigo, adjacente (e provavelmente subjacente) à Roça do Casal do Meio.
Trata-se de um sítio com abundantes artefactos (nomeadamente lamelas e crescentes) e restos de talhe, de sílex, e cerâmica decorada característica do Neolítico antigo (eventualmente evolucionado), em que se destacam os exemplares impressos, incisos e com decoração plástica.
No que diz respeito ao monumento da Roça do Casal do Meio propriamento dito, destaca-se o registo de outros três "círculos" de pedras, na mesma área, que correspondem provavelmente a monumentos análogos.
Sublinhe-se, por outro lado, o excelente acolhimento proporcionado pelos proprietários da Quinta.


A equipa junto ao monumento da Roça do Casal do Meio



Aspectos do estado actual do monumento


Sumidouro do Zambujeiro, nas proximidades da Roça do Casal do Meio


Povoado neolítico da Roça do Casal do Meio
Cerâmicas decoradas do povoado


Prospecção ao longo do Vale da Palha, junto ao Rio do Olho.



Mancha de cavalinhas, no leito do Rio do Olho





Ruínas de edifício de função desconhecida, junto à Fonte do Rio do Olho.

3. O Deserto

Tendo em vista a correcção dos enviesamentos resultantes da prospecção selectiva, foram efectuados vários trajectos em áreas que, à partida, eram menos prometedores. Dentro desta categoria, destaca-se a Herdade da Apostiça, território de areias, com escassos recursos hídricos superficiais, e actualmente coberto de pinhal.
Os resultados, apesar da existência de alguns topónimos sugestivos (Alto dos Cacos, Poço dos Mouros, Pedra Negra...) foram genericamente negativos.
Destaca-se, porém, o excelente acolhimento proporcionado pelos responsáveis e funcionários da Apostiça que facilitaram, em entraves, o acesso e se disponibilizaram, inclusive, para guiarem a equipa ao Alto dos Cacos.


A equipa junto à sede da Herdade da Apostiça.

. As pedreiras
A nascente e a poente de Sesimbra, a paisagem apresenta-se fortemente truncada por um complexo de pedreiras cujo impacte arqueológico é, hoje em dia difícil de determinar. Na área Leste, junto da povoação de Pedreiras, foram, em tempos, achados artefactos metálicos (machado e foice) da Idade do Bronze. não foi possível confirmar essa proveniência.




Aspectos das pedreiras, actualmente muito próximas da Serra do Risco.














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